quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Manifesto "Slow Science"

Colegas,

Enncontra-se on line o Manifesto "Slow Science". Faz a crítica à "Fast Science". Essa que nos quer submetidos e que privilegia a quantidade em detrimento da qualidade.

O movimento tem origem em universidades francesas, mas, quando lemos, o manifesto reconhecemos esse processo global ao qual estamos todos submetidos.

O manifesto pode ser conhecido - e assinado - mediante acesso ao endereço:


Abraços,

Wilson.

Segue texto do manifesto


“Chamada*

Movimento por uma ‘ciência sem pressa’

Pesquisadores, professores e pesquisadores, temos que correr para ir devagar! Libertar-nos da Síndrome de Rainha Vermelha! Não vamos querer correr mais rápido e mais rápido, em última instância, ficar parado, se não o inverso! Como o movimento Slow Food, Slow, ou de viagem Slow City, chamamos para criar a Ciência Slow.

Olhar, pensar, ler, escrever, ensinar leva tempo. Desta vez, fizemos mais ou menos. Nossas instituições e além, a pressão da sociedade para promover uma cultura de imediatismo, de urgência, a produção em tempo real, magra, projetos que estão ocorrendo a um ritmo crescente. Tudo isso é feito não só à custa de nossas vidas - a cada colega que não está sobrecarregado, estressado, "overbooking" passa hoje por original, apáticos ou preguiçoso - mas em detrimento da ciência. Ciência rápida, como Fast Food, favorece à quantidade sobre a qualidade.

Nós multiplicamos os projetos de pesquisa para tentar dinamizar nossos laboratórios, o que muitas vezes nos leva a chorar a pobreza. Resultado: acabamos de completar o desenvolvimento de um programa que, por mérito ou por acaso, recebeu uma doação, é preciso considerar a reunião imediatamente para o próximo concurso, ao invés de nos dedicar inteiramente ao primeiro projeto.

Porque os avaliadores e outros especialistas estão sempre com pressa, nossos currículos são mais frequentemente avaliados pelo número de linhas (o número de publicações, como as comunicações, quantos projetos?). Um fenômeno que faz com que uma obsessão com a quantidade na produção científica. O resultado é que também somos incapazes de ler tudo, incluindo as áreas mais avançadas, além do fato de que um grande número de artigos não só nunca são mencionados, mas nunca são lidos, torna-se cada vez mais difícil localizar a publicação ou comunicação que realmente importa – o que o colega terá gasto todo o seu tempo durante meses, às vezes durante anos - entre os milhares de itens duplicados, salsicha, reformatado, quando eles não são mais ou menos ‘emprestados’.

É claro, a nossa formação deve ser sempre ‘inovadora’ obviamente ‘poderosamente estruturado e e adaptado para a ‘evolução do negócio’, alterações que tenham sido de outra forma muito difícil identificar contornos de movimento constante. O resultado nesta corrida à ‘adaptação’, a questão do conhecimento básico para transmitir - o conhecimento que, por definição, não pode ser incluído no termo - não está mais na agenda. O que importa é estar em sintonia com os tempos e especialmente a mudar constantemente para manter o ‘ar’ de que também se está mudando.

Se aceitarmos a gestores de responsabilidades (conselhos universitários, gestão de departamentos ou laboratórios), como todos nós somos obrigados a fazer durante a carreira acadêmica, somos imediatamente obrigados a preencher caso após caso, muitas vezes dando a mesma informação e as mesmas estatísticas, pela enésima vez. Muito mais grave são os efeitos da burocracia invasiva e meetingitis - o último fenômeno por causa das aparências da colegialidade, enquanto esvaziando-a de sua essência geral - significa que ninguém tem tempo para nada: é preciso comentar sobre os pedidos recebidos no mesmo dia para a implementação do dia seguinte! Enquanto nós maquiamos as coisas um pouco ao escrever isso, mas infelizmente não estamos longe.

Esta degeneração dos nossos negócios não é inevitável. Resistir à ciência rápida é possível. Podemos construir uma ciência calma, dando prioridade aos valores e princípios:

- Na universidade, é principalmente de pesquisa que continua a educação, apesar das agressões repetidas de todos aqueles que sonham em parte com a secundarização dessa instituição. É imperativo preservar pelo menos 50% do nosso tempo a esta atividade de investigação, que determina a qualidade de tudo o mais. Em termos concretos, isso implica a rejeição de qualquer tarefa que iria invadir os 50%.

- Pesquisar e publicar enfatizando a qualidade exige que todos se concentrem exclusivamente sobre essas tarefas durante um tempo suficientemente longo. Para esse fim, solicitar a aplicação de períodos regulares sem educação ou de gestão (um semestre de Direito a cada 4 anos por exemplo).

- Não vamos nos concentrar em quantidade no CV. Universidades estrangeiras já dão o exemplo, ao limitar a cinco o número de publicações que podem ser mencionado um candidato a um cargo ou uma promoção (Trimble SW, 2010, ‘Recompensa de qualidade e não quantidade’, Nature, 467:789). Isso implica que, em um colegiado transparente, nos entregamos a métodos e ferramentas para que nossos registros não sejam mais medidos pelo número de publicações, mas dependendo do seu conteúdo.

- Nutrida pela pesquisa, a excelência do ensino é a missão da universidade: transmitir os conhecimentos adquiridos. Devem ser autorizados a ensinar os membros do corpo docente, melhorando suas condições de trabalho (quanto tempo perdido na resolução de problemas práticos e, muitas vezes, triviais que estão fora de suas missões?); reduzindo as tarefas administrativas e reduzindo o tempo gasto com ‘modelos de montagem’. Os famosos ‘modelos’, em particular, poderiam ser limitado à definição do currículo específico para a disciplina na universidade em questão, sem a necessidade de alterar essa configuração a cada quatro anos (ou cinco), como atualmente é o caso.

- Em tarefas de nossa gestão, exigem bastante tempo para estudar os assuntos antes de nós. Agora, no interesse de todos, resta-nos reivindicar o trabalho sobre o conteúdo e rejeitar esta democracia e colegialidade célere de votação sobre questões, nas quais, na melhor das hipóteses, só podíamos voar. Nada nos obriga a submeter-nos à ideologia do gargarejo de emergência com o Departamento e os ‘gerentes’.

- Mais inda, vale a pena lembrar que a nossa vida não pára na universidade e a necessidade de manter algum tempo livre para as nossas famílias, nossos amigos, nosso lazer ...

Se você concorda com estes princípios, assine o texto e apele para a fundação da Ciência do Movimento Slow. Mais importante é tomar o seu tempo antes de decidir fazer ou não!

Joël Candau, 29 de outubro de 2010 (publicado 17 julho de 2011).

*Tradução livre e célere para este apelo.

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