sábado, 30 de julho de 2011

Artigo aceito para publicação

"Sexta-feira, 29 de Julho de 2011 9:45:39
Prezado Prof. Dr. Wilson  Correia,
Informamos que seu trabalho "O que é conservadorismo em educação?" foi aceito nesta data, por esta revista Conjectura: filosofia e educação, para ser publicado. Informamos, ainda, que a publicação foi agendada para o v. 17, n. 2, maio-ago. 2012.
Att.,
Prof. Dr. Everaldo Cescon
Co-editor"

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Que é isto, a leveza?

Um caso a mais

Margareth Menezes & Luís Represas

 Composição: Luis Represas

Enquanto foi só um bom momento deu
Enquanto foi só um pensamento meu Deus
Deu só num caso forte a mais.
Enquanto se achava graça ao que se escondeu
E a horas eram mais longas do que a verdade fez
Pra ser só outro caso mais.
Enquanto for só ternura de Verão,eu vou
Enquanto a excitação der para um carinho,eu dou.
Traz
Uma leveza
Ah, mas com certeza
Eu dou
Um outro melhor bom dia
Trocamos o vento norte por vento sul
Enquanto demos risadas foi-se o azul
Nem sei qual deles foi azul demais.
Mas não ficará só a sensação de cor
Nem sei o que o coração irá dizer de cor
Se o Inverno for, depois, duro demais
Enquanto for só ternura de Verão, eu vou
Enquanto a excitação der para um carinho, eu dou
Traz
Uma leveza
Ah, mas com certeza
Eu dou
Um outro melhor bom dia
Enquanto for só ternura de Verão, eu vou
Enquanto a excitação der para um carinho,eu dou
Traz
Uma leveza
Ah, mas com certeza
Eu dou
Um outro melhor bom dia
Uma leveza
Ah, mas com certeza
Eu dou
Um outro melhor bom dia (2X)
Bom dia, bom dia

Somos o impossível

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ismália: o caso dos servidores das IFES

Wilson Correia

O capitalismo leva mesmo a sério o lema “Dividir para governar”. Fazer justiça no que respeita à produção e apropriação da riqueza material é o que menos importa. Os servidores das IFES que o digam.

Hoje, o Brasil deixou de ser visto pelo mundo como um país pobre. Fala-se em “Brasil-potência”, “grande”, “rico”. Talvez nosso país esteja, na verdade, para uma Ismália: mistura de Islândia, primeiro IDH do mundo de 2011, com Somália, país que encontra-se às voltas com a morte por conta da fome que afeta milhões de pessoas.
Na Ismália o capital segue ativo e operante. Sua lógica baseada no lucro e na acumulação (à custa da expropriação) permanece alimentando a injustiça e alquebrando a liberdade. Só para ficar em alguns casos mais visíveis, é bom lembrar que:
1 Na Ismália a educação não é prioridade. Há quase dois meses de greve dos trabalhadores técnico-administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) -que parece um bom negócio para o governo porque com tudo parado as despesas com custos também deixam de correr- o governo não dialoga consequentemente com os grevistas. A política da “rolagem da greve” leva a reuniões para marcar outras reuniões e, assim, os servidores técnico-administrativos das IFES continuam sem entender a razão pela qual recebem pouco mais de 1 (um) mil reais mensais enquanto um motorista do judiciário ganha 7 (sete) mil reais por mês. E o caso dos professores e professoras, como estamos constatando todos os dias, não é diferente.
2 Na Ismália o piso salarial dos professores federais é inferior ao piso salarial dos ensinantes estaduais. Não há qualquer preocupação com a isonomia nesse setor e, justamente pelo fato de a educação não ser prioridade, a “rolagem” da situação também violenta os docentes. Não é sem motivo que dias atrás, em Maringá, no Paraná, os representantes das universidades federais decidiram reforçar a luta salarial de 2011, seguindo os técnico-administrativos, os quais optaram por continuar o movimento paredista que sustentam a quase 60 dias.
3 Na Ismália, pelo fato de a educação não ser prioridade, embora o Estado seja o responsável por gerir a riqueza material produzida (essa que deveria ir para os cofres do bem comum, da coisa pública e destinada a setores estratégicos como saúde, segurança e educação, visando a garantir direitos) esse mesmo Estado tem o desplante de oferecer 4 (quatro) bilhões a um único empresário para que ele incremente seu lucro e acumulação individual, justamente no momento em que se nega a ceder e fazer-se um pouco mais humano com os servidores da educação.
4 Na Ismália os professores (que convivem com uma lei salarial injusta) ainda estão sendo ameaçados de terem seus vencimentos congelados por dez anos, tudo para economizar 50 bilhões “a qualquer custo”, mesmo que isso ceife a vida de muitas pessoas por falta de saúde, segurança e, indiretamente, de educação, longe, pois, do melhor posicionamento democrático e republicano.
Creio que esses exemplos bastam por ora. Qualquer estudo mais aprofundado mostrará facetas inomináveis dessa excrescência chamada injustiça, na qual os trabalhadores da educação estão sendo mantidos, também “a qualquer custo”. É fato que o Estado da Ismália não leva em conta que a produção e a distribuição de riqueza podem e devem seguir regras justas e equinânimes.
Tanto que, nos últimos tempos, graças ao trabalho dos ismalienses não estacionados na condição de parasitas ou de fruidores de privilégios, houve certa melhoria nos indicativos sobre disparidades salariais. Entretanto, não se sabe ao certo a quantas anda a desigualdade entre quem tem apenas a força de trabalho (salário e benefício social) e quem dispõe de outros tipos de bens e pode se valer de diversas rendas (aluguéis, lucro, juros e aplicações no mercado financeiro).
O capital segue voraz e implacável nessas plagas. Na Ismália o lucro e a acumulação propiciadores de estilos de vida regados a luxo e desperdício são mantidos mediante o sanguessuguismo que também perpetra a desigualdade, a fome e a morte. Nisso os professores e técnico-administrativos das IFES parecem mais do que preparados para compreender. Por isso eles podem ensinar essa mazela, já que essa é uma lição que estamos escrevendo em nossa própria carne.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sobre o livro que ensina falar errado

Wilson Correia

Não sou lingüista, mas também não sou adepto da hiperdisciplinaridade. Nessa condição, recentemente assisti, estupefato, à polêmica sobre se um livro que ensina as variações lingüísticas ensina o errado pelo certo. Foi desinformação, asneirice e muito ódio ideológico derramado nos canais da “grande mídia” (Sabemos bem de que lado ela está...).
Trata-se do livro “Por uma vida melhor”, da coleção “Viver, aprender” (Editora Global), de autoria de Heloísa Cerri Ramos. Consegui o tal livro. Li seu conteúdo no polêmico capítulo. Os lingüistas comprometidos com uma abordagem científica e sem neutralidade, mas a favor da pluralidade e do respeito aos diferentes, não viram nenhuma heresia nas linhas do citado livro. Também não consegui ver onde reside, no capítulo em questão, o tamanho perigo que assola a Língua Portuguesa.
Vi, sim, a velha batalha da “norma” contra a espontaneidade da língua. Uma rede de pesca com a ilusão de querer fazer o rio mudar o próprio curso e correr para cima. Tenho minhas dúvidas se o poder da gramática irá conseguir se impor como a língua certa, quando sabemos que ela aparece em um segundo momento para tentar controlar a fala das pessoas por meio de regras que todo mundo estuda para esquecer.
Mas essa certeza não me tira o receio. Em um mundo onde a Terra já foi o centro do universo e onde o ariano se fez o de raça pura, tenho lá minhas dúvidas se a aceitação da diferença encontra-se imune aos atentados hostis dos puristas da língua.
No mais, apenas o trecho de um livro que li há algum tempo me chega à memória. Ele diz: “... não é qualquer um que pode dizer a qualquer outro qualquer coisa em qualquer lugar e em qualquer circunstância. O discurso competente confunde-se, pois, com a linguagem institucionalmente permitida ou autorizada, isto é, com um discurso no qual os interlocutores já foram previamente reconhecidos como tendo o direito de falar e ouvir, no qual os lugares e as circunstâncias já foram predeterminadas para que seja permitido falar e ouvir e, enfim, no qual o conteúdo e a forma já foram autorizados segundo os cânones da esfera de sua própria competência” (CHAUÍ, M. de S. “Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas”. São Paulo: Moderna, 2003, p. 7).
Que essa competência tirânica “autorizada” que infestou a “grande mídia” faça o favor de se desviar de mim quando resolver sair às ruas e ensinar que o que o povo fala é o erro, e que os intolerantes da elite ilustrada brasileira é que são os únicos autorizados a nos dizer como devemos dizer as coisas que dizemos para nos fazer entender e cultivar nossos projetos, sonhos, alegrias e decepções.

__________
Fonte: RL

Salário digno para professores

CFP pode ter seu primeiro Mestrado


UFRB submete cursos de pós-graduação à CAPES

Uma proposta foi feita pelo CFP

Amargosa, 26 de Julho de 2011
 
Três novas propostas de cursos de pós-graduação analisados pela Coordenadoria de Ensino de Pós-Graduação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) foram submetidas à apreciação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC), por meio do Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (APCN) 2011.
Uma dessas propostas é o Programa de Mestrado Multidisciplinar em Educação, Culturas e Sociedade, apresentado pelo Centro de Formação de Professores (CFP). Essa proposta foi feita por uma equipe de professores do CFP e tem como coordenador o Prof. Wilson Correia. Se recomendada pela CAPES, ampliará a oferta de cursos stricto senso (em nível de Mestrado Acadêmico) da UFRB.
Na avaliação que agora passa a ser feita pela CAPES, não só a pertinência da proposta (que deve harmonizar-se com a vocação institucional do CFP e com sua inserção local, regional, nacional e internacional) mas também a produção do corpo de professores integrantes do projeto de mestrado apresentado pesam sobremaneira. No que respeita a essa produção docente, o que conta são as publicações, as orientações e o tempo de experiência no magistério.
Por que é vital ao CFP ter um curso stricto sensu em nível de Mestrado Acadêmico? Porque ele consolida o que a Constituição Federal (Artigo 207) dispõe sobre o ensino universitário brasileiro, o qual deve ser fundamentado no tripé indissociável da pesquisa, ensino e extensão. Torçamos para que a CAPES reconheça que, apesar de os integrantes dessa proposta sermos novos (como instituição e como doutores) nossos esforços foram envidados no sentido de que queremos produzir, trabalhar em prol da universidade pública, plural, inclusiva, sem mensalidades e com a qualidade que deve marcar uma universidade socialmente referenciada.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Amy Winehouse: sujeito ético

Wilson Correia

No dicionário da língua portuguesa, “sujeito” significa, entre outras coisas, “dependente”, “subjugado”, “submetido”, “obediente”, “dócil”, “cativo”, “domado”, “exposto” e “susceptível”. Entretanto, no dicionário de filosofia, colocado na ótica dos estudos sobre o conhecimento, “sujeito” nomeia “o pólo da consciência representativa, da individualidade, contraposto e necessariamente correlato ao polo do objeto representado” (GIACÓIA JÚNIOR, O. “Pequeno dicionário de filosofia moderna”. São Paulo: Publifolha: 2009, p. 164).
Para Foucault, o conceito de sujeito tem dupla acepção, a de submetido “a alguém pelo controle e dependência” e a de “preso à sua própria identidade por uma consciência ou autoconhecimento” (DREYFUS, H. & RABINOW, P. “Michel Foucault: uma trajetória filosófica”. São Paulo: Forense Universitário, 1995, p. 235). Há, aí, um sujeito bifurcado, diante dos caminhos da objetivação e os da liberdade.
O sujeito objetificado o é em meio às relações de poder, articuladas às de saber. O sujeito livre constitui-se, também, em meio às relações humanas, atravessadas por questões de saber-poder, mas na perspectiva do embate e combate ao assujeitamento, o que leva à insubmissão, uma das portas da liberdade, uma vez que "o indivíduo circunscreve a parte dele mesmo”, “define sua posição em relação ao preceito que respeita” e “estabelece para si um certo modo de ser que valerá como realização moral dele mesmo; e, para tal, age sobre si mesmo, procura conhecer-se, controla-se, põe-se à prova, aperfeiçoa-se, transforma-se" (FOUCAULT, M. “História da sexualidade II: o uso dos prazeres. Trad. M. Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 2001, p. 28).
Como o objetivo aqui não é o de esmiuçar o conceito de sujeito em Foucault, mas lembrar essa bipossibilidade existencial do sujeito, voltemos a atenção para a Amy Winehouse, sobre a qual indagamos: morta, é possível colocá-la como exemplo de projeto humano que não deu certo? Ou será plausível a tentativa de vê-la como o ser humano que fez escolhas e, dialeticamente, concebê-la como alguém que, em meio a circunstâncias vivenciais, fez-se o que quis ser e viver?
Objeto do sistema, que a aplaudia como matéria midiática “rentável”, agora aparecem aqueles que querem tomá-la como anti-exemplo pedagógico, visando com isso à moralização de “Deus e o mundo”. Moralização, aliás, à qual ela não se rendeu, colocando em xeque as instituições e os paradigmas existenciais que os burgueses tanto querem submetidos à “assepsia moral” que engendraram, mantidos nos limites do espartilho “3 por 4” de um materialismo que oblitera o dado humano e não se  importa muito com a complexidade existencial subjacente a ambos.
É nesta perspectiva que Amy Winehouse pode ser vista: como um sujeito ético, dado à autoeducação, à educação de si. Ela cunhou para si mesma um estilo existencial entre a objetificação (assujeitamento) e o poder de escolha (liberdade). Viveu esperneando e se entregou ao caminho que melhor lhe pareceu merecedor de suas preferências. Envidou esforços para encarar as relações de saber, poder e verdade como vias antropossociais que mereceram dela a decisão de transformar-se em um questionamento vivo em face das condições reais de existência.
Nesse sentido, Amy Winehouse não é vítima de nada, nem de ninguém; não funciona como algoz de sua própria carne. Também, parece-me, não pode ser tomada como exemplo (ou anti-exemplo) que possa funcionar como fonte de moralidade aos que ainda vivem.
A mim me parece que ela foi um ser humano que tentou ombrear o peso de existir. A seu modo, viveu tentando as próprias trilhas, as quais, em comparação com os caminhos que ainda estamos a palmilhar, talvez tenham sido muito curtas. Curtas demais!

sábado, 23 de julho de 2011

Doença de professor

Wilson Correia

“Diante do fenomenal e incontestável impacto positivo que tem a educação na vida de quem dela se beneficia, cumpre-nos cuidar daquele que é, paralelo a família, o principal agente mediador deste processo: o educador. Precisamos resgatar seu valor institucional em nossa sociedade, reivindicar melhores salários e condições de trabalho, demonstrar mais carinho, respeito e reconhecimento por este profissional pelo qual todos os outros, de engenheiros a advogados, de médicos a astronautas já passaram por ele” (Chafic Jbeilli*).

Milito na área da educação escolar, não na da saúde. No entanto, tenho lido e observado várias situações nas quais os professores despontam como os doentes da vez. E um mal que tem sido verificado e debatido mais amiúde (que não afeta apenas os professores, é óbvio) é a “síndrome de burnout” (“queimar de dentro para fora”, “esgotar-se de dentro para fora”).
Sumariamente falando, trata-se do mal provocado pelo estresse crônico que acomete o profissional do magistério por ele lidar com gente, atuar em meio a situações que envolvem fatores emocionais e se ver, diuturna e intensamente, responsável pelo enfrentamento de carências, necessidades, dificuldades e problemas dos meios social, institucional e humano nos quais exerce a docência. Segundo Chafic Jbeilli*, essa síndrome “Inicia-se com o desânimo e a desmotivação com o trabalho e pode culminar em doenças psicossomáticas, levando o profissional a faltas frequentes, afastamento temporário das funções e até à aposentadoria, por invalidez”.
A cartilha de Chafic (aqui referenciada) pode ser lida por quem busca informações mais aprofundadas sob a ótica da área da saúde. A mim me preocupa, aqui, o aspecto antropossocial e institucional desse problema.
Sabemos que a escola não é uma ilha, tanto quanto professor, estudante e demais membros da sociedade. Os problemas verificados na base das estruturas da sociedade afetam a todos, indistintamente. O professor e a professora estão sofrendo em cheio com essas mazelas porque nas mãos deles vão parar as crianças sobre as quais família e sociedade parecem ter perdido a autoridade.
Fenômenos que campeiam a sociedade, tais como injustiça social, individualismo, perda da noção sobre o valor do bem comum, abandono dos novatos porque os adultos estão matando seu leão cotidiano e, principalmente, a violência física e simbólica são algumas das encrencas amargas com que deparam os profissionais do magistério, diuturnamente.
Do lado de dentro das instituições de ensino vigoram os esquemas desumanos e medíocres de articulação de saber e poder, os quais acabam gerando “consensos” arbitrários que também violentam o professor e a professora. Em nome da tal “construção coletiva”, impõe-se interesses de grupelhos que só se dedicam a obter cargos e mais cargos. E, do alto dos próprios umbigos, vão sendo “alocados” a torto e a direito, não importando se a competência requerida acompanha os pequenos tiranos de nossas instituições de ensino.
São esses “senhores do cargo” que perpetram a mais espantosa das violências contra os pares, com destaque para as perseguições explícitas ou veladas. As coisas que eles manejam muito bem são a ironia, o sarcasmo, a tirada de tapete, a arrogância legalista, a fofoca e total falta de noção sobre o que, em termos de ética e etiqueta, cabe a quem se dedica à tarefa de educar. Poderá haver coisas mais tóxicas e contrárias às boas condições de saúde dos professores do que isso? Valores essenciais a quem educa, tais como sinceridade, sensibilidade, apego ao que é correto, justo e mais próximo da verdade passam longe do cotidiano dos professores que se encontram nesse tipo de circunstância.
Esses grupelhos tratam o bem comum como se privado fosse e se assenhoreiam de nacos sobre nacos de espaços públicos que, a bem da verdade, deveriam ser tratados como parte do bem comum, daquilo que não é de ninguém por ser de todos nós. Perdendo a noção sobre o que é público e supervalorizando o setor privado da vida, abrem-se as brechas para que as relações interpessoais dentro das instituições educativas se tornem um verdadeiro inferno. A toxicidade estrutural e conjuntural não dá em outra coisa: é doença na certa!
Nesse contexto, quando problemas estruturais e conjunturais da sociedade se cruzam com problemas institucionais, não há saúde de professor que possa aguentar. Já não é hora de a rede de instituições sociais parar de fazer vistas grossas para essa problemática e começar a envidar esforços no sentido de realizar as soluções necessárias ao enfrentamento desse mal?


__________
* JBEILLI, C. “Burnout em professores: identificação, tratamento e prevenção”. Disponível em: <http://www.saudedoprofessor.com.br/Burnout/Arquivos/cartilha.pdf>. Acesso em: 22.07.2011. Fontes das imagens: chacomsig.blogspot.com & dignow.org

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Quem é o Zé Ninguém?

 

Zé Ninguém

Biquini Cavadão

Quem foi que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse que Deus é brasileiro,
Que existe ordem e progresso,
Enquanto a zona corre solta no congresso?
Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus vai castigar!
Os dias passam lentos
Aos meses seguem os aumentos
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
Quem foi que disse que os homens nascem iguais?
Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade?
Se tudo aqui acaba em samba,
no país da corda bamba, querem me derrubar!!
Quem foi que disse que os homens não podem chorar?
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por que ....
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes (4X)
Os dias passam lentos
Os dias passam lentos
Cada dia eu levo um tiro
Cada dia eu levo um tiro
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes...

O que é viver?


Bolsa PIBIC-FAPESB-CNPq-UFRB

"Cruz das Almas, 21 de julho de 2011

Prezados Orientadores e Bolsistas,

Servimo-nos deste para informá-los que vocês foram contemplados com uma bolsa PIBIC/FABESP, em virtude do aumento de bolsas disponibilizadas pela FAPESB.

Dessa forma, segue abaixo lista de documentos a serem entregues na Secretaria do PIBIC até o dia 27 de julho de 2011, às 17h, em 2 vias encadernadas:

Documentação:

1- Formulário on-line Programa de Bolsas - Para acessar o referido formulário disponível no site:http://form.fapesb.ba.gov.br/bolsa_fc/login.wsp, é necessário acessar e preencher inicialmente o link referente ao Cadastro on-line do pesquisador (http://form.fapesb.ba.gov.br/cadastro/login.wsp).

2- Cópia do documento de identidade do candidato

3- Cópia do CPF do Candidato

4- Comprovante de matrícula de 2011 do candidato

5- Cópia do currículo do candidato (atualizado), impresso diretamente da plataforma Lattes.

6- Cópia do currículo do orientador (atualizado), impresso diretamente da plataforma Lattes.


7- Declaração do candidato informando que não terá vínculo empregatício durante o período da bolsa e que não é e nem será beneficiado por outra bolsa de qualquer natureza. ( Em anexo)

8- Cópia do extrato de conta bancária do Banco do Brasil em nome do candidato, contendo números de agência e conta-corrente,  incluindo os respectivos dígitos verificadores (Obs.: Quem não possuir conta no Banco do Brasil, deverá abrí-la até o prazo de apresentação dos documentos).

Cordialmente,
Simone Alves Silva.
Coordenadora de Iniciação Científica e Tecnológica".


Orientador: Wilson Correia
Bolsista: Renato de Jesus Gomes



quinta-feira, 21 de julho de 2011

A quem educar?

Wilson Correia

“Toda a educação assenta nestes dois princípios: primeiro repelir o assalto fogoso das crianças ignorantes à verdade e depois iniciar as crianças humilhadas na mentira, de modo insensível e progressivo” (Franz Kafka).

Kafka pode ser ácido, mas nem por isso estamos desobrigados de pensar no que ele diz. O mundo adulto parece criar um palco social e nele legitimar aquele que age com as melhores simulações e dissimulações possíveis. A educação para o desempenho de um papel social tem sido um imperativo difícil de mudar.
Quando esse contexto é confrontado com a possível educação para estilos existenciais tendentes à autenticidade é que vemos seus estragos. De um lado, então, deparamos com o discurso, quase unânime, sobre o valor da educação: “Estude para ser gente”, “Estude para ser alguém”, “Sem educação o Brasil não será grande de fato”.
Por outro lado, no entanto, os acontecimentos diários estão aí, dizendo que toda essa pugna em favor da educação não passa de cantilena ideológica de quem, no “Pão, pão; queijo, queijo”, não quer que a justiça seja uma condição da vida, nem que a liberdade qualifique nosso ser e estar no mundo e na sociedade.
Tomei consciência desse desencontro quando, meses atrás, li a seguinte notícia na mídia: “Ronaldinho Gaúcho é homenageado pela Academia Brasileira de Letras (ABL)”. Fiquei meio zonzo, abri bem os olhos e continuei a leitura: “Ronaldinho participou na ABL de uma homenagem ao escritor flamenguista José Lins do Rego, mas terminou ele próprio sendo homenageado pela ABL com medalha Machado de Assis, honraria maior da ABL. Em seguida, o jogador confessou não ter preferência por nenhum livro, motivo pelo qual pediu dicas de leitura aos nobres acadêmicos da ABL”.
Sabemos bem quem é Ronaldinho Gaúcho. Conhecemos um pouco o clube de que ele faz parte. O salário dele dá pistas sobre isso: R$ 1.400.000,00 (um milhão e quatrocentos mil reais) mensais. Claro que isso (garoto-propaganda que é do sistema) o coloca diuturnamente na mídia, desfrutando uma visibilidade que, talvez, nenhum professor e nenhuma professora, com piso nacional de R$ 1.187,00 (um mil cento e oitenta e sete reais) jamais consigam alcançar.
É nessa hora que “os valores que valem” saltam aos olhos. E, aí, eles quase ofuscam nossa visão, pois consubstanciam o TER. O SER perde sempre, de milhares a zero. Contudo, esse é o mundo e a sociedade que a ABL julga poder incentivar. E, acintosa e cinicamente, incentiva.
A outra parte dessa história é que, paralelamente a esse arroubo de ignorância, patrocinado por quem deveria ter o dever de promover a educação e a cultura, depois parte da sociedade vai reclamar da qualidade na educação. Qualidade para quê? Educação não é mesmo prioridade. A prioridade entre nós é formar para o “ter”. Educar para o saber? Que se lixe o “saber”! Saber é poder e “Esse é um bem escasso, para poucos, para nós” –dizem os membros da chamada elite brasileira!


A TV virou delegacia?

Wilson Correia

Para a minha felicidade, vivi a maior parte da minha infância em meio à natureza, pisando trilhas por entre as matas, em franco corpo-a-corpo com as águas dos rios, ajudando na lide agrícola sob chuva e sob o sol, iniciando-me no letramento do mundo e introduzindo-me na gramática da vida, como apropriadamente poderia entender Paulo Freire.
Hoje, vejo meninos e meninas trancafiados em casas gradeadas e em “apertamento” mobiliado para favorecer o isolamento e a idiotia (sujeito cujos limites do próprio mundo não se estendem para além do “eu” e do “meu”), razoavelmente guarnecido de recursos tecnológicos viabilizadores de contatos à distância, em lugar da convivência presencial.
O que pais dizem sobre isso revela, em parte, o tipo de sociedade no qual nos vemos: “Dentro de casa a criança tem mais segurança física e maior proteção contra a violência”. E, independentemente do grau de solidez dessa justificativa, o certo é que, como cantou Renato Russo, “Vivemos num mundo doente”. Um de seus sintomas, a febre generalizada, é a violência.
Violência servida à farta em nossas redes de TV. É só ligar a televisão e lá estão os chamados “Programas de apelo popular”. E vertem sangue pela boca e gestual de apresentadores vociferantes contra assassinos, ladrões, traficantes e corruptos de toda espécie.
A violência alcança todas as classes. Ela se fez um mal democrático, ainda que o peso dos “aparelhos repressivos” (Althusser) estejam recaindo mais sobre as “classes populares”, às quais programas desse gênero se destinam. Indicativo disso foi o registro emblemático da afirmativa do então ministro da justiça Francisco Rezek, lá da década de 1990, garantindo-nos que, no Brasil, “Cadeia é para preto, pobre e puta”.
Parece que ainda não nos livramos desse entendimento maldito. E a televisão, veiculadora da desgraça alheia, sabe muito bem como tirar partido dessa tragédia. A televisão “surfa” nas ondas da conjuntura, deixando de enfrentar questões estruturais como aquela sobre as causas e a gênese da violência entre nós.
Se enfrentasse essa questão consistentemente, e outras a ela correlatas, ajudando na compreensão das estruturas autoritárias, excludentes e injustas sobre as quais se ergue a nação brasileira, talvez não veríamos a TV mantendo os “justiceiros midiáticos” pintando e bordando em pleno ar. Talvez chegaríamos à conclusão de que os brasileiros excluídos do pacto, contrato ou consenso sobre os rumos econômicos, políticos e culturais a serem dados à sociedade brasileira são aqueles que, depois, não se sentirão legítimos mantenedores desse pacto, contrato ou consenso.
O preço dessa exclusão estrutural tem sido bastante alto e a violência é uma de suas partes. Enquanto isso, a sociedade parece se contentar com a verborragia policialesca e justiceira que campeia nossas TVs –planejadas para atuarem como “portas de delegacia”.
Uma lástima! Se violência também se aprende, nesse sentido a televisão brasileira tem sido uma professora excepcional –e bem ali, no recôndito do lar, onde julgamos seguros e protegidos os filhos e as filhas de todos
nós.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

10% do PIB para a Educação

O site Petição Pública disponibiliza ao público a oportunidade de criar e apoiar petições (abaixo-assinados) sobre quailquer reivindicação, desde que seja justa e beneficie à coletividade. É simples criar a sua petição ou apoiar as que já existem no site (visite a página).  Na página ainda há um link para categorias que incluem ambiente, cultura, desporto e educação, entre outros. Em Educação, podemos ter acesso à petição que pede verbas apropriadas para a categoria. Precisamos apoiar a reivindicação junto ao Congresso Nacional para que atenda ao pedido de 10% do Produto Interno Bruto para educação. Para assinar, acesse a petição.

Petição Boal é do Brasil


O acervo Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido e que atuou como embaixador mundial da Unesco, vindo a morrer em maio de 2009, está prestes a ir para os Estados Unidos, mais precisamente, para New York University (NYU), instituição que terá a tutela do material.
Isso poderá acontecer porque falta dinheiro para manter esse acervo aqui no Brasil, que compreende 20 mil textos, 300 horas de vídeo, 120 horas de áudio, 2 mil fotografias, 120 cromos e diversos desenhos feitos por Boal desenhava!.
O mais curioso nessa história é que a viúva Cecília Boal não recebeu ajuda de governos e da inicitiva privada, que lhe negaram apoio financeiro. Essa petição visa a pedir que essa negativa seja revista e que o Acervo Boal permaneça em solo brasileiro. Não podemos tratar a cultura dessa maneira. E o que se pede aos cidadãos brasileiros é que se manifestem assinando esta Petição.
Os signatários
Assine: http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N12551

terça-feira, 19 de julho de 2011

A quem pertence a criança?

Wilson Correia
...
Fazíamos o doutorado na UNICAMP quando um palestrante contou que Joãozinho, tendo feito poucas e boas na escola, motivou o recado da professora à mãe do aluno nos seguintes termos:
– “MÃE, hoje O SEU FILHO passou da conta: beliscou todos os coleguinhas, derrubou a merenda na Joaninha, xingou a professora e mandou nossa devotada Diretora para os quintos dos infernos. Dê um jeito nele!”.
Qual não foi a surpresa da ensinante quando, no dia seguinte, recebeu a resposta:
– “PROFESSORA, na tarde de ontem O SEU ALUNO não foi um bom menino: colocou fogo no rabo do gato, bateu nos vizinhos e, ainda por cima, xingou o pai e os avós. Dê um jeito nele!”.
A quem mesmo pertence Joãozinho? Ou seja, quem é o responsável pelo acompanhamento e pela educação desse menino?
Hannah Arendt, ao analisar o divórcio entre mundo adulto e mundo infantil, alertava: “A educação é, também, onde decidimos se amamos as nossas crianças o bastante para não expulsá-las do nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tão pouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum (ARENDT, H. ‘Entre o passado e o futuro’. São Paulo: Perspectiva, 2000, p. 247).
Arendt sugeria, aí, que a relação entre adultos e novatos é fundamental em um processo educativo. Parece desamor à criança jogá-la no mundo e deixá-la à própria sorte.
Mas evitar esse desamparo, asseverava Arendt, não cabe apenas às pessoas, mas, também, à sociedade. Afirma ela: “Assim, o que torna a crise educacional (...) tão particularmente aguda é o temperamento político do país [Estados Unidos], que espontaneamente peleja para igualar ou apagar tanto quanto possível as diferenças entre jovens e velhos, entre dotados e pouco dotados, entre crianças e adultos e, particularmente, entre alunos e professores. É óbvio que um nivelamento desse tipo só pode ser efetivamente consumado às custas da autoridade do mestre ou às expensas daquele que é mais dotado entre os estudantes” (ARENDT, H. ‘Entre o passado e o futuro’. São Paulo: Perspectiva, 2000, p. 229).
Mundo adulto que é forçado a deixar de lado a convivência com o mundo infantil e uma sociedade cujas estruturas não possibilitam condições reais que viabilizem a superação desse divórcio: eis aí os problemas que afetam a educação das novas gerações, incidindo diretamente na autoridade de pais e professores frente às crianças.
Pois eis que me chega uma nota de repúdio. Ela tem a ver com esse assunto. Trata-se de uma manifestação da “Marcha Mundial das Mulheres” contra um parecer do Conselho Nacional de Educação brasileiro, órgão do MEC, que, no dia 7 de julho, aconselhou o fechamento das creches durante o período de férias.
Diz a nota:”A falta de creches prejudica muito o direito das mulheres ao trabalho. São elas que deixam seus empregos por não terem com quem deixar as crianças, que pagam com seus baixos salários uma escola particular ou outra mulher para cuidar dos filhos, ou ainda ficam dependendo de favores de parentes. Soluções individuais, as quais somos contra, uma vez que garantir creches públicas para todas as crianças é um dever do Estado”.
Triste sociedade cujas mães colocam no teto de seus direitos as condições mínimas para trabalhar e que não consegue garantir a convivência entre adultos e novatos humanos! Um regresso, às avessas, à 'República' platônica, na qual não há família porque os filhos pertencem ao Estado?
Mas... e o pertencimento humano, onde é que ele foi parar?


Fonte: RL

O futuro do Brasil depende da justiça

Wilson Correia
...
As reformas educacionais dos anos 1990 abriram brecha para a prática de uma política curricular que “incha” o currículo da escola, razão pela qual os estudantes da Educação Básica passaram a estudar Filosofia, Sociologia, Música, Espanhol, dentre outras. No entanto, esse incremento no percurso formativo não tem impulsionado melhorias qualitativas na escolaridade dos brasileiros, segundo os parâmetros avaliativos dos Estados liberais ou capitalistas.
Só para citar alguns exemplos, o Brasil é um dos últimos colocados no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, 2009). Esse programa avaliou 470 mil estudantes de 15 anos, oriundos de 65 países, os quais controlam 90% da economia mundial. Em leitura, o Brasil ficou em 53° lugar (China é o primeiro colocado). Em Matemática, os brasileiros alcançaram a 57° colocação. Em ciências, os estudantes verde-amarelos ficaram com o 53° lugar.
Outros números poderiam ser arrolados aqui, mas os citados bastam para dar a ideia sobre do que estamos falando. E como há entre nós o mito de que professor e aluno em sala de aula bastam para melhorar a educação, não é possível não dizer que há problemas estruturais e históricos contribuindo para esses resultados. Entre eles, o da injustiça social.
Nesse contexto sobressai a gritante falta de investimento por parte do Estado na educação (2,89 do PIB em 2010). Isso acarreta ausência de uma política salarial digna para o magistério e faz com que estudantes e professores disponham de infraestruturas obsoletas, arruinadas ou inexistentes. Outras mazelas advindas do fato de a educação escolar brasileira não ser prioridade para o Estado e a sociedade podem ser vistas a olho nu. É só querer enxergar.
O que está ocorrendo? Acontece que as autoridades responsáveis pelo setor, cartesianamente idealizadores da educação escolar, ao ponto de afirmarem que “Brasil potência só com educação” ou que “O futuro do Brasil depende da educação”, focam a escola em si. É como se a escola estivesse acima da sociedade. Eles concebem a escola redentora, a única responsável pela salvação da pátria.
Mas, evidentemente, essa, além de uma visão mágica e messiânica da escola, é, também, uma percepção ingênua. Se vissem a escola como instituição socialmente referenciada, notariam que não são sucessivas avaliações os procedimentos necessários à melhoraria da educação.
Notariam que a sociedade, antes de escola com professores, alunos e avaliações, precisa de instituições educativas estabelecidas segundo os princípios da justiça social. Aí veriam o mercado como uma parte da sociedade, não merecendo as mesuras com que tem sido tratado com o passar de séculos. Veriam que, antes de educar para uma cidadania sempre postergada e para um trabalho que só faz aumentar a exclusão, as relações assimétricas de produção, a alienação, o autoritarismo e o individualismo, a escola poderia colocar o currículo e os saberes científicos e filosóficos sistematizados a serviço da formação humana. Formar o homem e a mulher capazes de questionar o estilo existencial egotista vigente e o modelo societário no qual o sistema econômico fagocita a vida inteira poderiam ser finalidades logicamente mais razoáveis para a educação escolar.
É isso que não é possível ser feito sem justiça social. E justiça social pressupõe a participação na produção e apropriação de outros bens, tais como os econômicos (materiais), os sociais (políticos) e os culturais (simbólicos). Isso levaria o acesso ao saber a ampliar, consequentemente, as responsabilidades no âmbito do poder. Mas desde quando os setores dirigentes brasileiros querem compartilhar as condições efetivas de exercício de poder?
É por isso que o futuro do Brasil depende de justiça social. Enquanto ela for vista sob o signo da falta e da negação, a liberdade entre nós será um bem distante e uma quimera. Uma sociedade cujas minorias livres dependem de grandes contingentes humanos agrilhoados, submissos e escravizados não é mais que a aglutinação gregária de vencidos. E assim ela se faz porque dá às minorias os privilégios do ter, ao passo que nega à massa o respeito aos seus direitos vitais.
Se vencer essa gritante e desumana injustiça, quem sabe o Brasil não venha a se firmar como um país no qual prevalece a verdadeira cidadania? Chegar lá, porém, só é possível pelas trilhas da justiça e da liberdade que também possibilitem a articulação construtiva entre saber e poder. Isso a escola sozinha jamais dará conta de realizar.



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1. A Divina Comédia -Dante Alighieri
2. A Comédia dos Erros -William Shakespeare
3. Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa
4. Dom Casmurro -Machado de Assis
5. Cancioneiro -Fernando Pessoa
6. Romeu e Julieta -William Shakespeare
7. A Cartomante -Machado de Assis
8. Mensagem -Fernando Pessoa
9. A Carteira -Machado de Assis
10. A Megera Domada -William Shakespeare
12. Sonho de Uma Noite de Verão -William Shakespeare
13. O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa
14. Dom Casmurro -Machado de Assis
15.. Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
16. Poesias Inéditas -Fernando Pessoa
17. Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare
18. A Carta -Pero Vaz de Caminha
19. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
20. Macbeth-William Shakespeare
22. A Tempestade -William Shakespeare
23. O pastor amoroso -Fernando Pessoa
24. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós
25. Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
26. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha
27. O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa
28. O Mercador de Veneza -William Shakespeare
29. A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde
30. Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare
32. A Mão e a Luva -Machado de Assis
33. Arte Poética -Aristóteles
34. Conto de Inverno -William Shakespeare
35. Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare
36. Antônio e Cleópatra -William Shakespeare
37. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
38. A Metamorfose -Franz Kafka
39. A Cartomante -Machado de Assis
40. Rei Lear-William Shakespeare
41. A Causa Secreta -Machado de Assis
42. Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa
43. Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare
44. Júlio César -William Shakespeare
45. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
46. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
47. Cancioneiro -Fernando Pessoa
49. A Ela -Machado de Assis
50. O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa
51. Dom Casmurro -Machado de Assis
52. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
53. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
54. Adão e Eva -Machado de Assis
55. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
56. A Chinela Turca -Machado de Assis
57. As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare
58. Poemas Selecionados -Florbela Espanca
59. As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo
60. Iracema -José de Alencar
61. A Mão e a Luva -Machado de Assis
62. Ricardo III -William Shakespeare
63. O Alienista -Machado de Assis
64. Poemas Inconjuntos-Fernando Pessoa
66. A Carteira -Machado de Assis
67. Primeiro Fausto -Fernando Pessoa
68. Senhora -José de Alencar
69. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
71. A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca
72. Sonetos -Luís Vaz de Camões
73. Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos
74. Fausto -Johann Wolfgang von Goethe
75. Iracema -José de Alencar
76. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
77. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
78. O Guarani -José de Alencar
79. A Mulher de Preto -Machado de Assis
80. A Desobediência Civil -Henry David Thoreau
82. A Pianista -Machado de Assis
83. Poemas em Inglês -Fernando Pessoa
84. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
85. A Herança -Machado de Assis
86. A chave -Machado de Assis
87. Eu -Augusto dos Anjos
88. As Primaveras -Casimiro de Abreu
89. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
90. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
91. Quincas Borba -Machado de Assis
92. A Segunda Vida -Machado de Assis
93. Os Sertões -Euclides da Cunha
94. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
95. O Alienista -Machado de Assis
96. Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes Saavedra
97. Medida Por Medida -William Shakespeare
98. Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare
99. A Alma do Lázaro -José de Alencar
100. A Vida Eterna -Machado de Assis
101. A Causa Secreta -Machado de Assis
102. 14 de Julho na Roça -Raul Pompéia
103. Divina Comedia -Dante Alighieri
104. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
105. Coriolano -William Shakespeare
106. Astúcias de Marido -Machado de Assis
107. Senhora -José de Alencar
108. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
109. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
111. A 'Não-me-toques' ! -Artur Azevedo
112. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
113. Obras Seletas -Rui Barbosa
114. A Mão e a Luva -Machado de Assis
115. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
116. Aurora sem Dia -Machado de Assis
117. Édipo-Rei-Sófocles
118. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco
119. Pai Contra Mãe -Machado de Assis
120. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
121. Tito Andrônico-William Shakespeare
122. Adão e Eva -Machado de Assis
123. Os Sertões -Euclides da Cunha
124. Esaú e Jacó -Machado de Assis
125. Don Quixote -Miguel de Cervantes
126. Camões -Joaquim Nabuco
127. Antes que Cases -Machado de Assis
128. A melhor das noivas -Machado de Assis
129. Livro de Mágoas -Florbela Espanca
130. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
131. A Relíquia -José Maria Eça de Queirós
132. Helena -Machado de Assis
133. Contos -José Maria Eça de Queirós
134. A Sereníssima República -Machado de Assis
135. Iliada-Homero
136. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
137. A Brasileira de Prazins-Camilo Castelo Branco
138. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
139. Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage
141. Anedota Pecuniária -Machado de Assis
142. A Carne -Júlio Ribeiro
143. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
144. Don Quijote-Miguel de Cervantes
146. A Semana -Machado de Assis
147. A viúva Sobral -Machado de Assis
149. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
150. Catálogo de Publicações da Biblioteca Nacional -Fundação Biblioteca Nacional
151. Papéis Avulsos -Machado de Assis
152. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos
153. Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós
154. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
155. Anedota do Cabriolet-Machado de Assis
156. Canção do Exílio -Antônio Gonçalves Dias
157. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
158. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
159. Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes Saavedra
160. Almas Agradecidas -Machado de Assis
161. Cartas D'Amor - O Efêmero Feminino -José Maria Eça de Queirós
162. Contos Fluminenses -Machado de Assis
163. Odisséia -Homero
164. Quincas Borba -Machado de Assis
165. A Mulher de Preto -Machado de Assis
166. Balas de Estalo -Machado de Assis
167. A Senhora do Galvão -Machado de Assis
168. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
169. A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis
170. Capítulos de História Colonial (1500-1800) -João Capistrano de Abreu
171. CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca
172. Cinco Minutos -José de Alencar
173. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
174. Lucíola -José de Alencar
175. A Parasita Azul -Machado de Assis
176. A Viuvinha -José de Alencar
177. Utopia -Thomas Morus
178. Missa do Galo -Machado de Assis
179. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
181. Hamlet -William Shakespeare
182. A Ama-Seca -Artur Azevedo
183. O Espelho -Machado de Assis
184. Helena -Machado de Assis
185. As Academias de Sião -Machado de Assis
186. A Carne -Júlio Ribeiro
187. A Ilustre Casa de Ramires -José Maria Eça de Queirós
188. Como e Por Que Sou Romancista -José de Alencar
189. Antes da Missa -Machado de Assis
190. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
191. A Carta -Pero Vaz de Caminha
192. LIVRO DE SÓROR SAUDADE -Florbela Espanca
193. A mulher Pálida -Machado de Assis
194. Americanas -Machado de Assis
195. Cândido -Voltaire
196. Viagens de Gulliver-Jonathan Swift
197. El Arte de la Guerra -Sun Tzu
198. Conto de Escola -Machado de Assis
199. Redondilhas -Luís Vaz de Camões
200. Iluminuras -Arthur Rimbaud
201. Schopenhauer-Thomas Mann
202. Carolina -Casimiro de Abreu
203. A esfinge sem segredo -Oscar Wilde
204. Carta de Pero Vaz de Caminha. -Pero Vaz de Caminha
205. Memorial de Aires -Machado de Assis
206. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto
207. A última receita -Machado de Assis
208. 7 Canções -Salomão Rovedo
209. Antologia -Antero de Quental
210. O Alienista -Machado de Assis
211. Outras Poesias -Augusto dos Anjos
212. Alma Inquieta -Olavo Bilac
213. A Dança dos Ossos -Bernardo Guimarães
214. A Semana -Machado de Assis
215. Diário Íntimo -Afonso Henriques de Lima Barreto
216. A Casadinha de Fresco -Artur Azevedo
217. Esaú e Jacó -Machado de Assis
218. Canções e Elegias -Luís Vaz de Camões
219. História da Literatura Brasileira -José Veríssimo Dias de Matos
220. A mágoa do Infeliz Cosme -Machado de Assis
221. Seleção de Obras Poéticas -Gregório de Matos
222. Contos de Lima Barreto -Afonso Henriques de Lima Barreto
223. Farsa de Inês Pereira -Gil Vicente
224. A Condessa Vésper -Aluísio de Azevedo
225. Confissões de uma Viúva -Machado de Assis
226. As Bodas de Luís Duarte -Machado de Assis
227. O LIVRO D'ELE -Florbela Espanca
228. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
229. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
230. Lira dos Vinte Anos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
231. A Orgia dos Duendes -Bernardo Guimarães
232. Kamasutra-Mallanâga Vâtsyâyana
233. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto
234. A Bela Madame Vargas -João do Rio
235. Uma Estação no Inferno -Arthur Rimbaud
236. Cinco Mulheres -Machado de Assis
237. A Confissão de Lúcio -Mário de Sá-Carneiro
238. O Cortiço -Aluísio Azevedo
239. RELIQUIAE-Florbela Espanca
240. Minha formação -Joaquim Nabuco
241. A Conselho do Marido -Artur Azevedo
242. Auto da Alma -Gil Vicente
243. 345 -Artur Azevedo
244. O Dicionário -Machado de Assis
245. Contos Gauchescos -João Simões Lopes Neto
246.. A idéia do Ezequiel Maia -Machado de Assis
247. AMOR COM AMOR SE PAGA -França Júnior
248. Cinco minutos -José de Alencar
249. Lucíola -José de Alencar
250. Aos Vinte Anos -Aluísio de Azevedo
251. A Poesia Interminável -João da Cruz e Sousa
253. O Ateneu -Raul Pompéia
254. O Homem que Sabia Javanês e Outros Contos -Afonso Henriques de Lima Barreto
255. Ayres e Vergueiro -Machado de Assis
256. A Campanha Abolicionista -José Carlos do Patrocínio
257. Noite de Almirante -Machado de Assis
258. O Sertanejo -José de Alencar
259. A Conquista -Coelho Neto
260. Casa Velha -Machado de Assis
261. O Enfermeiro -Machado de Assis
262. O Livro de Cesário Verde -José Joaquim Cesário Verde
263. Casa de Pensão -Aluísio de Azevedo
264. A Luneta Mágica -Joaquim Manuel de Macedo
265. Poemas -Safo
266. A Viuvinha -José de Alencar
267. Coisas que Só Eu Sei -Camilo Castelo Branco
268. Contos para Velhos -Olavo Bilac
269. Ulysses -James Joyce
270. 13 Oktobro 1582 -Luiz Ferreira Portella Filho
271. Cícero -Plutarco
272. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
273. Confissões de uma Viúva Moça -Machado de Assis
274. As Religiões no Rio -João do Rio
275. Várias Histórias -Machado de Assis
276. A Arrábida-Vania Ribas Ulbricht
277. Bons Dias -Machado de Assis
278. O Elixir da Longa Vida -Honoré de Balzac
279. A Capital Federal -Artur Azevedo
280. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
281. As Forças Caudinas-Machado de Assis
282. Coração, Cabeça e Estômago -Camilo Castelo Branco
283. Balas de Estalo -Machado de Assis
284. AS VIAGENS -Olavo Bilac
285. Antigonas-Sofócles
286. A Dívida -Artur Azevedo
287. Sermão da Sexagésima -Pe. Antônio Vieira
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289. Ubirajara -José de Alencar
290. Poética -Aristóteles
291. Bom Crioulo -Adolfo Ferreira Caminha
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293. Antes da Rocha Tapéia-Machado de Assis
294. Poemas Irônicos, Venenosos e Sarcásticos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
295. Histórias da Meia-Noite -Machado de Assis
296. Via-Láctea-Olavo Bilac
297. O Mulato -Aluísio de Azevedo
298. O Primo Basílio - José Maria Eça de Queirós
299. Os Escravos -Antônio Frederico de Castro Alves
300. A Pata da Gazela -José de Alencar
301. BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA -Alcântara Machado
302. Vozes d'África -Antônio Frederico de Castro Alves
303.. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
304. O que é o Casamento? -José de Alencar
305. A Harpa do Crente -Vania Ribas Ulbricht